No começo era um filete que corria... Sob o ribombar
De um trombone desritmado... Depois, a água numa força descomunal,
Nos empurra, como empurra os carros, as casas... Fazendo
O desespero se aninhar nos corações despreparados para a tormenta.
Pessoas de todas as idades, raças, credos... Escalavam, pois não havia tempo de subir,
Para alcançar as partes mais altas... E ver embaixo tudo destruído.
Vidas levadas... Em todos os sentidos... pela morte, pelo desespero
Ao ver que tudo o que um dia foi conquistado pelo suor do trabalho...
Esvaiu-se em minutos. A bonança que vem a seguir... Encontra
Corações destruídos... Mas com esperança de reerguer o sentido
Da própria vida... Essa foi deixada, talvez para compensar,
Os estragos das águas que vieram por culpa de alguém...
E haverá sempre alguém para pagar... Talvez até pelo que não deva.
Jose Luiz Paiva
Nenhum comentário:
Postar um comentário