segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Temporal



No começo era um filete que corria... Sob o ribombar

De um trombone desritmado... Depois, a água numa força descomunal,

Nos empurra, como empurra os carros, as casas... Fazendo

O desespero se aninhar nos corações despreparados para a tormenta.

Pessoas de todas as idades, raças, credos... Escalavam, pois não havia tempo de subir,

Para alcançar as partes mais altas... E ver embaixo tudo destruído.

Vidas levadas... Em todos os sentidos... pela morte, pelo desespero

Ao ver que tudo o que um dia foi conquistado pelo suor do trabalho...

Esvaiu-se em minutos. A bonança que vem a seguir... Encontra

Corações destruídos... Mas com esperança de reerguer o sentido

Da própria vida... Essa foi deixada, talvez para compensar,

Os estragos das águas que vieram por culpa de alguém...

E haverá sempre alguém para pagar... Talvez até pelo que não deva.


                                                              Jose Luiz Paiva

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