sábado, 22 de março de 2008

Circular

(ônibus das 07 horas)



É de manhã bem cedo
Olhos vigilantes te procuram
Corpos ainda cansados te esperam
E tu vens chegando
Tudo na hora marcada
A tua partida,
Nossa chegada,
novo dia de trabalho.
Vão misturando essa gente
Bancários, pedreiros,
Vigilantes, bombeiros
Que na luta são irmãos.
Em cada parada, sobem mais
Mãos que erguem nosso Brasil,
Alí dentro venturas mil
Assemelham-se em cada boca
Também há doentes que buscam
As portas do I.N.P.S
Criança que não esquece
O dever de ir à escola.
Moças, rapazes, bonitos ou feios
Todos se agrupam, se entendem
E tu por certo compreendes
Seus anseios e desejos.
Nova manhã bem cedo
Tudo se repete ponto a ponto
E a gente mesmo em desconforto
Te espera ansioso.



Jose Luiz Paiva

sexta-feira, 21 de março de 2008

Tributo ao meu Pai

(Jose Paiva)


Quantas vezes quis
Comparar-me
A você, sem saber que
É impossível. Não há comparação.
Teu trato
Teu jeito
São seus!
Não tenho nada igual.
São muitas as nossas diferenças.
Teu tempo
Teu amor
São teus.
Meu tempo
Meu jeito
São meus.
Só o amor que você
Me deu
É comparado ao amor
Que tenho por você.
Falamos sobre tantas coisas
Que a vida nos ofereceu
Ou nos tirou.
Mas muitas vezes esqueci
De dizer que você
É minha sustentação.

Te amo e não é amor de poeta
É amor de filho

Jose Luiz Paiva.

quinta-feira, 20 de março de 2008

O Protestante

Fiz do meu silêncio
Minha forma de protestar
Não sei se dará certo.

Sei que protesto por tudo
E por nada. Quero protestar
Mesmo que esteja certo.

Mas se estiver, e daí?
Quero protestar contra
O meu protesto.

Incompreensível, sei disso
Mas é minha fórmula
De vida. Vida vivida.

Se não for dessa maneira
Será simples essa minha vida,
Sem apego e sem apelo.

Mais tarde quando tudo estiver
No final, ainda serei conhecido
Como o protestante.

Não terei passado pela vida
De alguma maneira terei ajudado
A ficar melhor

Pelo menos para mim
Para meu ego
Ah! Mas se eu estiver certo?

Jose Luiz Paiva

quarta-feira, 19 de março de 2008

Final de tudo

A intenção de te encontrar agora
Não foi para te abraçar e beijar
Mas, para dizer que estamos errados
E não podemos, nem devemos insistir
Em nosso caso.
Não sou teu e nem você é minha, a não ser
Por esporádicos momentos achados no nosso
Dia_a_dia, e que não nos dá o direito
De ferir quem nos dá confiança.
Se de fato fôssemos um do outro, não haveria
Necessidade de fugirmos da nossa realidade,
Mesmo que por instantes.
Nunca ouvimos de nossas bocas, um para o outro
Dizer...eu te amo!
Pois o amor de fato e lógico, está longe daqui.
Aqui apenas a satisfação de alguns encontros
Sem endereços, sem endossos e sem indultos.
Vai como vou, sem riso, sem lágrimas e,
Sem mais encontros.

Jose Luiz Paiva

terça-feira, 18 de março de 2008

O que pode ser?

Esse seu sorriso, talvez tenha sido
O mais belo sorriso a mim dirigido,
E que acalentou minhas noites
Bem dormidas, onde o sonho foi você.
Sorriso que o poeta não descreve como deveria fazê-lo,
Mas não se esquece das nítidas mensagens
Enviadas, para delírio de um coração esperançoso.
Sorriso que mal compreendido, se transforma
Na loucura de ser amigo dos instantes necessários,
Não o amor dos momentos eternos.

Jose Luiz Paiva

segunda-feira, 17 de março de 2008

Desconhecidos

Nunca nos vimos com a visão dos olhos
Mas sempre nos olhamos com a visão da alma
Que na distância, onde nos encontramos
Mostra cada detalhe um do outro.
E isso é o que importa, mesmo
Que nunca possamos nos olhar
Frente a frente, cara a cara.
Sabemos que foi o destino que nos ajudou
Nesse encontro, quase abstrato,
Pois não temos rosto, mas existimos
E nossa história é por isso, muito mais bonita.

Jose Luiz Paiva