segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Willian e kauã


São dois folgados a me atazanar a vida

Durante todo o dia

Mas eu gosto



Se eles não vêm, vou buscá-los.



Duas pestinhas a correrem

Para la e para cá me fazendo correr junto



Às vezes me derrubam

Para que me transforme em seu cavalo preferido

Onde os dois montam

Querendo ainda que caminhe

Troteie e até mesmo que pule, escoiceie

Dizendo que estão no rodeio


Dois garotos que pedem isso ou aquilo

Sem ao menos ter a noção

Do que posso ou não fazer.



Mas são meus netos

E alguém já disse que os avôs

São burros que o filho amansou

Pra os netos montarem


                    Jose Luiz Paiva

Aboleimar.


Quando penso que estou ganhando

Vem a abelha mestra e transforma minha vida

Ficando tudo de pernas para o ar

Resultando em escombros e estragos

E aquela  dor que me transforma em culpado

De tudo que aconteceu

Mesmo sabendo não ser essa a verdade absoluta.

Pouco a pouco limpo os entulhos

Aparando as arestas, limpando o terreno

Sob a nuvem que continua escura

Podendo desaguar a qualquer momento.

Estou querendo jogar tudo para o alto

Partir em busca do alento que aqui não tenho

Mas tenho medo que mesmo longe, essas águas turvas

Alcance-me. Anoitece!

Ao deitar na cama, as costas me são oferecidas e a um

Simples toque surge dores, como se fosse crônica

Daquelas que nunca saram.

Uma pequena cicatriz no meu coração se abre,

O sangue escorre em forte hemorragia - a morte em vida,

Vem chegando pouco a pouco.

Vamos esperar o amanhã... se é que virá.

                                                                 jose luiz paiva

Me encontraram no desencanto.

Onde estão os príncipes encantados das meninas

Que povoavam seus sonhos infantis

Machucando corações adolescentes

E sumiam na nevoa do adulto?

Por que pergunto se sou homem!

Respondo que achei um coração que me aceitou

Mesmo tendo sonhado a vida toda

Com aquele cavaleiro com seu cavalo branco

E ter encontrado em mim a antítese

De tão nobre teor

Mas fui o único a lhe dar um grande amor.

                                                    Jose Luiz paiva

Temporal



No começo era um filete que corria... Sob o ribombar

De um trombone desritmado... Depois, a água numa força descomunal,

Nos empurra, como empurra os carros, as casas... Fazendo

O desespero se aninhar nos corações despreparados para a tormenta.

Pessoas de todas as idades, raças, credos... Escalavam, pois não havia tempo de subir,

Para alcançar as partes mais altas... E ver embaixo tudo destruído.

Vidas levadas... Em todos os sentidos... pela morte, pelo desespero

Ao ver que tudo o que um dia foi conquistado pelo suor do trabalho...

Esvaiu-se em minutos. A bonança que vem a seguir... Encontra

Corações destruídos... Mas com esperança de reerguer o sentido

Da própria vida... Essa foi deixada, talvez para compensar,

Os estragos das águas que vieram por culpa de alguém...

E haverá sempre alguém para pagar... Talvez até pelo que não deva.


                                                              Jose Luiz Paiva

ESPERANÇA

.


Vou lutar pelo pouco que me resta

De vida.

Pouco importa as vozes de cada um

Que me tentam convencer a ficar.

Ao contrário,

Nada fiz até agora

Mas não vou deixar

De pegar a estrada e seguir

Em direção ao futuro que

Acho justo.

Os que quiserem me seguir

Que me sigam

Se não o fizerem

Esperem noticias minhas!

De qualquer jeito elas virão.

Mais cedo ou mais tarde.


            Jose Luiz Paiva


Poesia participante do 9º Concurso Literário Sopmac de Poesia 2011                                              

Salvamento

Salvo
Alguém
Me salva
Salvo conduto
Salvo o dia
Salvo a vida
Salvado
Salvação
Estou salvo
salvando

 Jose Luiz Paiva

Invisivel.


Estou
Aqui, lá
Adiante
Voce me vê
Tão longe
Desfocado
A lente esta virada
Estou
Tão perto
A seus pés.

                  Jose Luiz Paiva