quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sempre assim


Sou eu que grito um grito de morte,
Quando a sorte não se confronta comigo.
Num simples impulso me viro do avesso
Enfrento a batalha do cotidiano.
Passo todas as noites pelo mesmo lugar
como um esquálido Zumbi, e nem percebo
que tudo muda a cada segundo,
Porque estou tão concentrado em conseguir aquilo
Que não mais preciso na hora de decidir
Sobre o meu destino insípido.
Momento raro que deixo escapar dentre os
Dedos grossos do trabalho, que me funde a cabeça.

Eu nunca decido nada, tudo acontece
E novamente me perco
Na densidade vã de meus pensamentos
Malucos.


fevereiro de 2010
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A Moça

( Para Mirian Fernanda)


Era ela
A moça que passava
E deixava inquietos os rapazes
Da rua, do trabalho, da escola.
Não percebia ou se percebia, não ligava.
Pois em seu coração
(ah! Esses corações femininos)
Havia um nome especial.
(que para mim não importa)
Ficávamos eu, e muitos outros
(rapaziada e até invejosas)
Olhando a moça
Que sumia no horizonte.
Bela, morena
Ou morena bela (indefinido)
E a cada dia ainda mais.
Às vezes um sorriso
Só para mim que sou seu amigo
Outras, uma lágrima
Essas coisas que a vida apronta.
E a moça?
Simples moça
Ou moça simples
Que a vida colocou atributos
Diferenciando de outras moças de sua idade.
Peço licença à Drummond
Mas para essa moça
Retiro a pedra
Quando ela passa.
O tempo passou
A moça não passou mais
Na mesma rua
Mas continua tão bela
Como outrora, ou até mais.



Janeiro/2010
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