sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Professora

Maria!
Minha segunda mãe
Que tal qual a primeira
Também me ensinou a caminhar.
Entregou-me o verbo, sujeito, pretérito
Ligação Direta
Para que eu possa me apoiar.
Aylza!
Do apoio incondicional
Na formação do homem,
Dos conselhos, do estudo
Da clara felicidade
Quando o aluno vence

Você foi um tempo que passou
Mas marcou
E não haverá substituto
Para seu lugar
Ficará vazia, a cadeira
De uma imortal.

Jose Luiz Paiva

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Melancólico



Doce e lúgubre esperança
Revoando os pensamentos
Desatinados desse homem
Que se perde na vil teimosia
De se bem querer, sem querer
Saber o rumo de seus atos.
Chora o choro dos destemidos
Que perdidos pelos caminhos
Acham-se, inclinados a vivenciar
As mais altruístas aventuras.
Mas quando dá por si
Está só, no divã da própria vida
Se propondo a ser o que
Não foi e jamais será!

Jose Luiz Paiva

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Penumbra





Eu....sou apenas um
Que passa em cada esquina,
E ninguém vê...!
Sou apenas uma matéria
Ocupando lugar no espaço
Que poderia ser de outro.
Na ponta da linha,
Na ponta da rua
Sou aquele que vive
E não tem gosto pela vida
Apenas sigo, formando povo
Deixando números nas estatísticas
E não vê sentido em nada.
Dou um grito que ecoa no infinito
Do meu eu...encurralado.
Estico as mãos para pegar
As nuvens que são meus cabelos brancos.

Será que meu tempo já passou
Ou apenas não chegou,
Porque sei que não vivo o agora.

Jose Luiz Paiva

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Fugas




Como a pomba que escapa
E busca no alto a liberdade
Voa...voa...se relaxa
No horizonte desaparece.


Também vou procurando minha paz
Dentro de uma alma reprimida
Que está marcada ...aqui jaz
Em uma dor tão definida.


Eu e a pomba nos encontraremos
E, no futuro, dividiremos
A beleza de poder bem viver.


Sem os apertos das paredes fechadas
E de uma mente telhada
Seremos dois seres a não mais sofrer.


Jose Luiz Paiva

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Oração a um suicida

Oração a um suicida

Confie que a vida é uma glória
Mais bonita que existe, você
Não pode desfazer-se como se
fosse tua inimiga.
Você não é dono dela
Apenas a tem emprestada
E, mais tarde vai ter que
Devolve-la, por certo,
De forma melhor do que quando
A recebeu...se você tem ódio
De todos os que o cercam,
Por certo não são eles os errados
Reflita... descarregar sobre
a vida, o seu ego inconseqüente
Por tudo que não conseguiu até hoje
É não saber lutar....para vencer.


Jose Luiz Paiva

Bibliotecária

Quando entro
Vejo seu sorriso
Tão lindo,
Tão puro.
Nas estantes
O assunto
Num livro
Profundo.
Eu não sei
Como procurar
Você me ensina
Me anima.
Em cada gesto
Noto o amor
Que se destaca
Na profissão que abraça.
Tudo no lugar
Bem catalogado
Sabes o que fazer
E o faz com prazer.
Eu te amo
Como as coisas
Mais belas do mundo
Com amor profundo.
Não fiques triste
Se for devolvido
Livro desencapado
Por um descuidado.
Ele não sabe
Que esta destruindo
Um pouco de você
Que ninguém vê.
E em cada conserto
Num muito obrigado
Num por favor
Está o seu valor.


Jose Luiz Paiva

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Desapontado.

Vi
Que ali não era meu lugar,
Senti
Que devia sair para não chorar.
Busquei
As flores que a primavera fez
Desabrochar,
Em campos maltratados, sem vida.
Tudo precisaria ser transformado,
Coisas
Que passam pela minha cabeça,
Se perdem
Nos horizontes dos que não
Me entendem,
E eu, continuo apenas a passar
A viver.

Jose Luiz Paiva

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Madrugada.

É bonita
Cor de rosa,
Avermelhada.
Não importa,
Traz beleza.

É tão rica
Traz delírio
Algazarra
Cara cheia
Mulherada.

É chão duro
Desespero
Pé-rapado
Barriga grande
Bóia-fria.

Jose Luiz Paiva

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Coisas do amor.

Como num abraço de saudade
Em que todos os toques são sentidos.
Como num belo discurso de criança
Que todos fingiram acreditar.
Como mãos entrelaçadas
Que todos se apertam dominantes.
Como todos os sonhos que tivemos
E jamais gostaríamos de esquecer.
Como as folhas secas do outono
Que teimam em cair dos galhos.
Como a primavera que chega
E que depressa vai embora.
Como um sorriso de criança
Ensinando-nos que estamos vivos.
Como num olhar lépido de um animal
Não sabemos se o medo é nosso ou dele.
Como tudo isso que existe
Nós também nos encontramos.

Jose Luiz Paiva

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Lucélia

Em teus campos corri,
Como corre uma criança livre.
Busquei de peito aberto
A vontade e a certeza de viver.
Te fiz senhora de meus passos,
Dona da minha vida.
Me entreguei no afeto
Do teu valor absoluto.

Deitei contigo tantas vezes
Marcando meu sonho real.
Querendo trazer junto ao peito
Tua grandeza vertical.
Foram teus campos floridos
Que me fez voltar,
E agora não posso ir.

Te vi crescer
E cresci em ti
Oh! Luz do céu....


Jose Luiz Paiva

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Estrela

( Para Niéle Mazini)

Às vezes penso
Que é uma estrela.
Mas estrelas estão distantes
E você tão perto.
Talvez seja pelo teu brilho
Ou pela tua graça
Mesmo pela tua luz.
Talvez seja simplesmente por você!

Sei que é uma estrela.
Pela sua pureza
Por sua grandeza
E por ser mulher!

Jose Luiz Paiva

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Corpo de Bombeiros Adamantina

Como brilham os olhos de um homem
Orvalhado pela luta profunda
Reencontrando em seu ego escondido
Poder de ajuda a um ser igual
Oferecendo de si grande amor.


Destemido, como se valente fosse
Elevando uma luta tão sua.


Bravo companheiro que dá
Orgulhoso o seu mais profundo trabalho
Minorizando a dor de uma vítima.
Batalhador de justo sentimento
Em direção ao irmão acidentado.
Irrompendo o peito a certeza
Real, de estar no caminho certo
Objetivando um valor sagrado,
Seu caminho a Deus.


Alvos estes homens serão
De respeito e exemplo, pois
Amanhã seguirão seus passos
Muitos filhos, hoje pequeninos
Abençoados já, pelo destino.
Nascer de valorosos guerreiros
Tangidos do braço forte do berço
Inspirado na alegria do dever cumprido
Na sagrada missão de seus pais
Anti-heróis, apenas bravos homens.

Jose Luiz Paiva

sábado, 16 de fevereiro de 2008

União

Me da sua mão e vamos caminhar
Encostar nos ombros
As lágrimas choradas
Dos desencontros.
Colher a flor que alegra as roseiras
E colocar nos seus cabelos
Sentindo o perfume
Que se mistura com o seu corpo.
Selar em nossas bocas, juras
Que somente os beijos
Da paixão ardente
Podem exprimir.
E depois voltar com o olhar brilhante
Como se de repente
Tudo pudesse ter sido
Simplesmente...um passeio.

Jose Luiz Paiva

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Parapeito

Da chuva lá fora
Que molha meu medo
O medo de fora
Na hora da chuva.
No canto da vida,
Da vida que canto
No frio da lágrima
Do rosto molhado.
Da palma da mão
Da mão esquecida
Que fecha direta
Na chuva lá fora.

Jose Luiz Paiva

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ato de transformação.

.


Do verde do medo
A gente se acanha
Se perde
E se entrega.
O grito do medo
Que abocanha
Se perde
Na entrega.


A gente se agita
No ato da transformação

Jose Luiz Paiva

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Morte

Talvez uma feliz passagem
Da qual a gente tem medo,
Mas sempre espera
Por essa feliz viagem
Que desvenda segredos
Do que se fez na terra.

Reencontro do que fizemos
Recuperação de pretensos erros
Desafio de poder encaminhar
O irmão para que o auxiliemos.
Insistentes apelos
Dos que vivem e só fazem chorar

Ferida profunda marcando
Que nos amou profundamente
E que se perde dentre as lembranças
De quem a gente vive se escondendo
Mas abe que frente a frente
Será sempre vida eterna.

Jose Luiz Paiva

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Mal Casada

Borboleta negra, livre
Pára...olha...vive,
Transporta toda nua
O dom de bem viver.
De repente, na rede crua,
Presa...chora...morre.
Brilha a luz que te deram,
Não é a tua luz!
A paz em que vives, sem paz
Olha...vê e não tem
Em todo o tempo,
O tempo de viver.
Toma tua luz,
Tira da tua capa
O néctar que seca
O movimento...e vai,
Viva, borboleta negra,
Livre!

Jose Luiz Paiva

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Dono da terra.

O Dono da terra.


Um grito de guerra do forte nasceu
Como um trovão que se impõe na tempestade
Para tingir a vitória,
No combate em que até hoje teu povo viveu.


Tiram o chão não te deixam trabalhar
Matam teus filhos, te expulsam...
Não querem que eles vivam
Para na terra produtiva plantar.


Esses grandes latifundiários, com tanta terra
Que não sabem o tamanho de seu pertence
E quando falam em reforma....não convence
Tentando justificar, provocam a guerra.

O lavrador humilhado se arma e ataca
Invade fazendas, se instala com a família
Ergue seus barracos, se enquadrilham
Para poder enfrentar a velhaca.


O doce do chão produtivo vai crescendo
Dando sustento para tanta gente
E parece que de agora em diante
De fome na se vai mais perecendo


De noite vem toda a capangada do fazendeiro,
esse ganancioso,
Dando tiro para todo lado
E botando fogo em toda palhada

Morre o pobre trabalhador, como herói
Que só queria um pedaço de chão para plantar
Não queria ser dono...apenas trabalhar
Para matar a fome que aos filhos corrói

Vai crescendo o povo da roça, abandonado,
Sair para os grandes centros....É destino
Sair do cabo da enxada
Para dar mão de obra em prédio eriçado

Luta meu povo, põe para fora tua ira
Mostra que você é dono de tudo
Endureça a luta, de o entrudo
Fecha o punho e, como bravo, se atira

Não deixa teu sangue manchar o chão
Nem deixe que te pisem ou maltratem
Pois um povo trabalhador não se abate
Pra que sua luta não seja em vão.

Jose Luiz Paiva

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Minha esposa, minha amiga.

Você é a dona da minha vida
Me comanda e me engrandece
Sabe tudo de mim
Me domina, me enriquece

Quando necessito de ombros
Os seus estão me esperando
E em cada lágrima de choro
Seus afagos vão me acalmando

Dizer simplesmente te amo
Não é o que ao mundo proclamo
Digo muito mais que isso

E a cada dia passado
Muito mais apaixonado
A você muito me ligo


Jose Luiz Paiva

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Reação

Nos meus dias de solidão
Via as estrelas passarem
Sem entendê-las.


Nos meus dias de solidão
Via as noites mais escuras
Sem entendê-las.


Nos meus dias de solidão
Pensava estar acabado
Para os meus dias.

Nos meus dias de solidão
Não resisti
E reagí.


A solidão dos meus dias se foi
Pela reação
Da minha solidão.

Jose Luiz Paiva (06 de fevereiro 2008)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Diálogo ao amanhecer

De manhã
Bem cedo
As pessoas passam.
Bom Dia
Dona Maria!
E os filhos?
Estão bem,
Trabalhando.
E a filha?
Casou
Engravidou
Vem um neto.
Deixe-me ir
Que a hora passa
E o trabalho
Não espera.
Até amanhã!


Jose Luiz Paiva

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Nuances

Como é lindo o amanhecer da minha terra
Que fica junto ao pé da serra. O vento soprando leve
tocando rapidamente a pele. O sol por sobre a mata
qual uma vermelha manta. Tudo isso a Deus se deve.

Os amores de minha infância,
Talvez só coisa de criança marcando fundo minh’alma.
E numa profunda calma em que rege a tolerância
traz consigo a abundância do cantar da passarada.

A tristeza de dizer adeus um dia;
Um gemer, uma agonia em deixar o que há de mais belo;
Aquele amor sincero, aos animais, à minha gente amiga
Abriu funda a ferida, mas voltar ainda espero.

Hoje aqui distante desse pedaço do céu,
Num suspiro como fel que me amarga o coração
Peço a Deus em oração, à mãe; senhora com seu véu
Que seja sempre fiel, não nos deixe perder a tradição.

Minhas malas estão prontas, fechadas ale naquele canto.
Vou até cair em pranto, porque hoje devo voltar
Pra correr, passear, visitar cada ponto
Promover meu encontro com os amigos do lugar.



Jose Luiz Paiva

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Eras

Eras meu aconchego
Nos cansados dias
Em que precisava de ti
Para sufocar minha idiotice.

Eras meu aconchego
Para guardar no silêncio
Os assuntos sem importância
Que insistia em trazê-los


Com sua paciência
Ganhastes minha vida.
Terás que suportá-las para sempre.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Priscila

(Minha Filha)

Esse teu sorriso é tão puro
Que me tira a razão
Em meus dias sérios.
A cada passo te agarro
Pensando que num tropeção
Você possa cair, e em delírio
Me vejo de arrasto no chão
Rolando como que fugindo
Desesperado de uma armadilha,
E quando penso que escapei, tua mão
Me agarra quase ferindo
Meu tímpano com sua gargalhada.
Eu vivo você o dia inteiro
Às vezes me enrosco no seu abraço
Você é minha musa, minha amada.
Mesmo quando puxa meu cabelo
Se envolve em meu pescoço, como laço,
Será sempre adorada.
Sei que vai crescer
Talvez não me procures mais
Terá vida independente
Mas para mim será
Sempre a doce pequenina
Minha criança contente.

Jose Luiz Paiva

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Amor

Eu vi você chegar
Se aninhar em meu peito
Tomar a forma e o jeito
De alguma coisa bonita
Dar valor às coisas tão simples
Colorir a própria vontade de viver
Fazer pequeninas coisas crescerem
Me deixar simplesmente feliz
Ouvir o canto dos pássaros
Num gemido qualquer
Mesmo que possa saber
Ser um gemido de dor
Também senti você partir
Deixar coisas tão lindas
Que muito marcam ainda
No meu peito, feito raiz.